Cristovão Bastos, Mauro Senise e Romero Lubambo desbravam em trio o admirável mundo ainda novo de Garoto


Músicos se reúnem em álbum em que tocam o moderno cancioneiro autoral do violonista paulistano nascido há 110 anos e morto há 70 anos. Capa do álbum ‘Lembrando Garoto’, de Cristovão Bastos, Mauro Senise e Romero Lubambo
Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ A sofisticação do cancioneiro autoral e o toque moderno e progressista de Aníbal Augusto Sardinha (28 de junho 1915 – 3 de maio 1955) – compositor e violonista paulistano imortalizado com o nome artístico de Garoto – continuam fascinando e norteando sucessivas gerações de instrumentistas 70 anos após a morte do autor do refinado samba-canção Duas contas (1951).
Duas contas, a propósito, abre o álbum Lembrando Garoto, disco que reúne o trio formado pelo pianista Cristovão Bastos, o flautista e saxofonista Mauro Senise e o violonista Romero Lubambo.
Idealizado pela produtora Ana Luisa Marinho e lançado na sexta-feira, 17 de janeiro, em edição da gravadora Biscoito Fino, o álbum Lembrando Garoto abre as comemorações dos 110 anos do nascimento do artista e as lembranças das sete décadas da precoce saída de cena desse violonista que abriu caminhos harmônicos que contribuíram para a chegada à apoteose da bossa nova em 1958.
Ao morrer a dois meses de completar 40 anos, Garoto deixou mais de 200 composições, muitas no ritmo do choro. Na seleção do repertório do álbum Lembrando Garoto, Cristovão, Senise e Lubambo reavivam choros como Infernal (1943) e Jorge do Fusa.
Choro originalmente instrumental, Jorge do Fusa apareceu oficialmente com esse título em disco de 1980, mas foi composto em 1950, quando ganhou letra do compositor Mário Albanese e foi gravado de forma caseira por Albanese (ao piano) e Garoto com o título de Amor indiferença.
Também de 1950 é o samba Lamentos do morro, regravado pelo trio com arranjo em que o violonista Romero Lubambo evoca referências da música flamenca.
Entre a melancolia do choro Recordação (Choro triste) e a vivacidade de outro choro, Vamos acabar com o baile (1952), veículo para o trio exercitar os toques buliçosos dos respectivos instrumentos, Cristovão Bastos, Mauro Senise e Romero Lubambo reacendem Tristezas de um violão (1950) – tema de inspiração villa-lobiana também conhecido como Choro triste nº 1 – e não se esquivam de abordar Gente humilde, único sucesso do cancioneiro de Garoto no universo da canção popular.
Gente humilde é composição de 1945 que obteve projeção nacional a partir de 1969, ano em que ganhou letra sentimental escrita por Vinicius de Moraes (1913 – 1980) com a colaboração de Chico Buarque, sendo a partir de então gravada por cantores como Angela Maria (1929 – 2018), o próprio Chico Buarque e Taiguara (1945 – 1996).
Como o trio exercita nos improvisos do disco a liberdade conferida pelo jazz, o tema Benny Goodman no choro se afina no tom do álbum Lembrando Garoto. A composição foi feita por Garoto com inspiração em Slipped disc (1945), tema do clarinetista norte-americano de jazz Benny Goodman (1909 – 1986). Garoto apresentou este choro pela primeira vez na Rádio Nacional, com arranjo do maestro Radamés Gnattali (1906 – 1988) e o toque da Orquestra Brasileira.
Ás dos instrumentos de cordas (além de violão, tocava baixo, bandolim, banjo, cavaquinho, guitarra portuguesa, guitarra havaiana, violino e violoncelo), Garoto volta e meia tem o repertório abordado em discos por violonistas embriagados com a modernidade perene da obra do artista. Paulo Bellinati lançou o álbum Garoto em 1986. Cainã Cavalcante transitou pelo cancioneiro do compositor em Sinal dos tempos – Cainã toca Garoto, álbum de 2021 gravado por Cainã com os músicos Guto Wirtti (no contrabaixo) e Paulo Braga (na bateria).
Agora, em 2025, é a vez de Cristovão Bastos, Mauro Senise e Romero Lubambo desbravarem o admirável e ainda novo mundo de Garoto.
Cristovão Bastos (à esquerda), Romero Lubambo (ao violão) e Mauro Senise tocam temas como o samba-canção ‘Duas contas’ e o choro ‘Infernal ’
Nana Moraes / Divulgação

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